Não preciso nem dizer que
sou uma apaixonada pela dança, e especialmente pela dança árabe. Sou
descendente de libaneses por parte de pai e ele sempre cultivou em mim nossas
raízes.
Escolhi praticar e me
dedicar à essa dança milenar para poder buscar minhas origens e como minha
principal atividade física. Sempre fiz muitos esportes, desde pequena pratico
natação, já tive a corrida como meu esporte favorito, já frequentei academias
(e confesso que não sou muito fã) e finalmente me encontrei na dança.
Fiz um pouco de ballet na escola que estudava quando criança, mas depois acabei me dedicando à outras atividades que me interessavam na época. Porém com uns 17 anos voltei a me interessar pela dança, passava horas dançando em frente ao espelho, bolando coreografias malucas sem ter acesso à técnica nenhuma. Foi quando decidi me matricular no jazz em uma escola de dança do meu bairro, fiz um ano e logo depois passei no vestibular e minhas prioridades mudaram, porém não desisti completamente da dança, fiz como matéria eletiva o curso de dança contemporânea da UFSCar. Lembro que tinha que criar uma coreografia para ser avaliada na matéria, e escolhi a música Coffee (Arabian Dance) do Ballet Quebra-Nozes, que apesar de clássica tem uma pegada árabe. Fiz uma coreografia moderna com um toque de dança do ventre, sem nunca ter feito aula e tirei 9,0.
Quando me formei, fui para
São Paulo trabalhar como estatística na Serasa e os primeiros meses foram bem difíceis,
pois além dos novos desafios e dificuldades, estava longe da minha família e amigos.
Me sentia muito só, foi quando decidi que tinha que fazer algo para me sentir
melhor e me matriculei nas aulas de dança do ventre da casa de chá Khan El
Khalili. Desde então a dança tem me oferecido muitas boas oportunidades e caminhos
felizes, inclusive já me salvou de diversos momentos tristes e difíceis.
Além de ter notado
diversas mudanças positivas no meu corpo: fiquei mais magra, minha cintura afinou,
as pernas ficaram mais torneadas, a barriga definida, aumento de coordenação
motora e da capacidade de memorizar sequências, senti também diversos
benefícios psicológicos. Me sinto mais confiante, minha autoestima melhorou, fiquei
mais cara de pau (por causa das apresentações), minha ansiedade diminuiu e
inclusive notei melhoras nos sintomas da minha depressão (sim, tenho depressão
desde os 20 anos). E além de todos esses benefícios, a dança me trouxe amizades
sinceras e eternas. Conheci muita gente especial nestes 13 anos dedicados à
dança do ventre: mulheres corajosas, guerreiras, todas Fênix.
E como professora, também
noto muitas mudanças nas minhas alunas, nas primeiras aulas muitas delas estão
tímidas, com vergonha de se olhar no espelho, estão com a autoestima baixa,
acham que estão com o corpo feio ou que já não têm mais idade para dançar, se
cobram demais, possuem diversos bloqueios, repressões e amarras que se formaram
com o decorrer dos anos. Depois de 2 meses de aula, a mudança nelas é
perceptível, elas começam a se gostar mais, vão para a aula maquiadas, com
brincos, pulseiras. Se olham no espelho e se gostam. Ficam mais charmosas,
confiantes e felizes. Por isso que sou apaixonada por esta modalidade, pois é
uma modalidade para todas, sem restrição de idade ou peso.
A dança árabe é segmentada em diversas modalidades, além da dança tradicional (dança do ventre) que é esta que estamos acostumados a ver na televisão ou em filmes (bailarina dançando com top, cinturão e saia longa), existem danças específicas de cada região do Oriente Médio, como por exemplo, o dabke, uma dança típica do Líbano, Síria, Palestina e Jordânia, que é uma dança de roda, sempre dançada em casamentos ou festas árabes. Ou o Khaleege que é típico dos Emirados Árabes e Iraque, na qual as mulheres dançam com uma bata larga ou vestido fechado, dando ênfase à movimentos de cabeça e cabelos.
A dança do ventre é uma dança muito rica e com certeza irá mudar a sua vida!
Segue um vídeo para exemplificar a beleza desta dança (apresentação das minhas alunas de final de ano do Ballet Expressão no Teatro Municipal de São Carlos):
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