quinta-feira, 4 de junho de 2015

Cópia x Estilo Próprio


Estou a tempos querendo escrever um novo texto para o blog, mas a vida está uma correria.

Tenho estudado muitas bailarinas e assistido muitos vídeos de dança e tive vontade de escrever sobre as cópias na dança do ventre. Atualmente existem vários estilos de dança do ventre: o egípcio, libanês, americano, turco, argentino, do leste europeu. As russas e ucranianas estão na moda, como a Dariya Mitskevich e a Aida Bogomolova. Eu gosto bastante do estilo delas, tem muito movimento de cabeça ‘bate-cabelo’ (herdado do Khaleege iraquiano), giros elaboradíssimos, cambrés maravilhosos. E sempre que aparecem bailarinas assim, com estilos únicos, sempre há um boom de bailarinas-cópias. Lembro que logo que comecei a fazer aulas de dança do ventre, a Dina era referência, e diversas bailarinas dançavam exatamente como a Dina, imitavam cada movimento no detalhe: as travadinhas de quadril, as andadas a ‘la bêbada’, os mega redondões, as enrugadas de testa. Até mesmo os figurinos eram iguais. Depois veio a Saida (argentina) e apareceram um monte de clones-Saida e assim por diante. 

Concordo que copiar bailarinas como estas que eu citei não é uma coisa simples, inclusive é um desafio dos bem difíceis. O fato é que hoje em dia nada é totalmente original, toda dança é construída sobre algo que já existia e acredito que para crescer e criar um estilo próprio, é necessário cercar-se de boas bailarinas e estudá-las profundamente. A construção do estilo de dança é uma coisa muito pessoal, porque tem os passos de dança do ventre que se encaixam melhor no seu corpo e com sua personalidade. 

É imprescindível para a evolução de nossa dança, estudar e nos inspirar nas grandes bailarinas, porém não as copiar. Porque copiar para mim seria uma espécie de plágio. Se bem que a cópia nunca sai igual ao original, por mais que os movimentos, trejeitos e expressões sejam replicados. Dina sempre será Dina, Dariya sempre será Dariya e por mais que eu as copie, nunca serei igual. Inclusive a cópia pode até mesmo ser entendida como uma paródia, que nada mais seria que uma versão distorcida do original.

O desenvolvimento da criatividade faz parte do crescimento da bailarina e o desafio está em pegar algo que está pronto e transformar em algo que seja único, ou seja, que tenha a sua cara, seja você. Lembrando que isso não significa inventar algo novo (porque a técnica já existe e é imutável), porém utilizar o que já existe e colocar a sua personalidade. 

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