segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Workshop de dança do ventre (by Angel Achkar)

No final de semana passado fui para São Paulo fazer 2 workshops da minha atual bailarina favorita, a ucraniana Dariya Mitskevich. Foram 2 dias respirando dança do ventre, foram dias super cansativos, mas muito inspiradores e produtivos.
Andei afastada da dança, nunca a deixei por completo, mas em alguns momentos desses 12 anos de aulas, tive momentos de desânimo, achei que minha dança era um lixo, que nunca iria ser igual a Fulana ou a Sicrana. E isso é verdade! Nunca serei igual a Fulana ou a Sicrana, mas adaptarei as coisas que gosto mais nelas ao meu corpo. ‘Roubarei’ de cada uma o que eu gosto mais e formarei a minha dança. Estou lendo o livro “Roube como um artista” do Austin Kleon e me identifiquei muito com um trecho do livro no qual ele diz: “Todo artista é um colecionador. Não um acumulador, há uma diferença: acumuladores colecionam indiscriminadamente, artistas colecionam seletivamente. Eles colecionam apenas coisas que realmente amam”.
Depois desse tempo afastada, voltei com força total. Recebi a proposta para dar aulas de dança do ventre e estou realizada por poder ensinar algo que realmente amo. Ser professora exige muita responsabilidade, as vezes me sinto aflita, pois quero oferecer o melhor para minhas alunas e sempre me pergunto: “Será que realmente estou dando o meu melhor?”. Fico feliz quando percebo que estão evoluindo, quando conseguem finalmente realizar um passo que estavam tendo dificuldade no início, isso é muito gratificante para mim. E ao dar aulas, senti a necessidade de me aperfeiçoar e querer estudar mais e mais.
Logo que comecei a aprender dança do ventre, minhas principais referências eram da minha escola, na época a casa de chá Khan El Khalili. Minhas professoras foram a minha base, eu as idolatrava (e idolatro até hoje). Tenho um pouquinho de cada uma em mim, Julli, Rhazi, Tahya, Najwa, Shahar, Lulu. Tenho muito de Nur, pois tive aula com ela por muuuuuuito tempo. Lógico que não tenho movimentos iguais aos dela, porque os movimentos dela são só dela. Depois comecei a procurar novos estilos, comecei estudar tribal, dança indiana com a Shaide Halim. Procurei outras professoras, para conhecer novos estilos.
Não costumava fazer workshops, sempre pensava: “Como é possível aprender tanta coisa em somente 3 horas de aula?”. Mas depois aprendi que realmente não dá para aprender tudo o que foi ensinado em um workshop. A gente só aprende o que interessa pra gente! Por isso que é importante, ao fazer um workshop, já ter um tempo de dança, porque só assim você consegue decidir quais são os seus passos e quais não são.
Sempre levo um caderno para anotar os passos ou sequências que gostei mais, é importante anotar, porque recebemos muita informação durante 3 horas e sem anotar a probabilidade de esquecimento é maior.
Eu adorei os workshops da Dariya, foram 2 horas de técnica e 1 hora de coreografia por dia, anotei muita coisa, as coisas Dariya com cara de Angel. Não adianta eu querer ser uma cópia da Dariya, porque Dariya é Dariya e eu seria uma mera cópia falsificada.
Acho importante, que toda bailarina, se atualize de tempos em tempos, faça um workshop com uma bailarina diferente, que admire, porque além de aprender coisas novas, tem a oportunidade de conhecer gente nova, bailarinas de outras cidades, de outros estados, gente que passa pelas mesmas dúvidas que você, que tem as mesmas preocupações, os mesmos problemas. E essa troca de experiências que é tão enriquecedora. Gostei muito do workshop da Dariya, mas gostei também das trocas de ideias sobre dança, sobre a vida, com pessoas fantásticas: a querida Júlia Jeiressati (de Fortaleza), Kaliana Kli (Fortaleza), Igor Kishka (de Belo Horizonte), Rebeca (aluna da Dani), Mahaila, minhas manas Basimah, Cida e Dani Sacomano.
Como disse Dariya ao final do seu workshop no domingo: “Ouça seu coração, faça o que você realmente ama, não deixe a opinião negativa dos outros te fazer desistir. Estude, estude e estude”.



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