quinta-feira, 23 de julho de 2015

A disciplina e o aprendizado de dança do ventre


Sempre fui disciplinada na minha vida, algumas épocas mais, em outras menos. Quando quero muito algo, sou extremamente disciplinada (quando quero emagrecer, passar em uma prova, economizar dinheiro, etc). Não tive a sorte de nascer com um dom como os 'Ronaldinhos' da vida, que são pessoas que nascem com um talento, ou seja, uma facilidade para fazer algo muito bem: jogar futebol, dançar ballet, fazer cálculos matemáticos ou criar músicas. E essas pessoas são poucas, um dia nasce um Beethoven, em outro nasce um Baryshnikov, uma Jaqueline DuPré ou um Stephen Hawking. Mas essas pessoas são raras, a grande maioria das pessoas que são boas em algo tem que se esforçar muito para isso. E eu me encaixo neste grupo dos esforçados. Para eu ir bem nas matérias da escola tinha que estudar muito, tinha que estudar vários dias antes da prova, diferente do meu irmão por exemplo, que dava uma lida antes da prova e tirava 10.

O que é disciplina? Segundo o dicionário Michaellis:

dis.ci.pli.na 
sf (lat disciplina) 1 obsol Ensino, instrução e educação. 2 Relação de submissão de quem é ensinado, para com aquele que ensina; observância de preceitos ou ordens escolares: Disciplina escolar. 3 Sujeição das atividades instintivas às refletidas. 4 Observância estrita das regras e regulamentos de uma organização civil ou estatal: Disciplina militar. 5 Conjunto de conhecimentos científicos, artísticos, linguísticos etc., que se professam em cada cadeira de um instituto escolar. 6 Obediência à autoridade. 7 Procedimento correto. 8 Castigo, mortificação.

Para mim disciplina além disso tudo é: vontade de fazer algo, organização, planejamento, repetição, treino e persistência.

Na dança tive (e tenho) ótimas professoras, e isso me ajudou bastante, porém sem a disciplina não teria evoluído. Existem alunas que esperam que um milagre seja realizado pela professora, esperam aprender por osmose, porém se a aluna não tem disciplina, não estuda, não treina os passos aprendidos, falta à aula e não faz a lição de casa, não há professora boa que a faça evoluir. Pensem, por exemplo, o fato de frequentar uma boa escola para passar no vestibular, ajuda bastante, mas se o aluno não estudar por fora, não adianta estar na melhor escola do universo. 

A função da professora de dança do ventre, na minha opinião, é ajudar a aluna evoluir e se desenvolver, e como ela fará isso? Ensinando os passos do modo correto, corrigindo postura e expressão, ensinando sobre a cultura árabe (as diferenças entre as as danças, os estilos, os costumes, figurinos, ritmos, folclore, etc), introduzindo as músicas, desenvolvendo a criatividade da aluna para criar suas próprias coreografias, apresentando fontes de pesquisa e tirando o melhor de cada uma das alunas. 

Existem 3 tipos de alunas: as que querem a dança somente como exercício físico e lazer, as que querem virar bailarinas e as que começaram por hobby (lazer e atividade física), se apaixonaram e querem se tornar bailarinas.  E são os 2 últimos tipos de alunas que necessitam de muita disciplina. Tem que ralar muito, buscar diversas fontes, estudar mesmo. Não adianta fazer um workshop aqui ou acolá com a Fulana de Tal só para ter o certificado, tem que fazer aula, chegar em casa e relembrar os passos aprendidos, precisa buscar avaliação e ouvir opiniões de outros profissionais, tem que fazer curso de aperfeiçoamento, precisa inclusive questionar se o que está aprendendo é realmente o correto. E mesmo quando você chegar onde queria chegar, não dá para parar de estudar.

Lembre-se que a preguiça é inimiga da disciplina. Então levanta dessa cadeira, grita bem alto “Xô preguiça!” e vai atrás dos seus sonhos! 

Ponho aqui um site que dá dicas de autodisciplina, que me tem me ajudado muito: http://www.studygs.net/portuges/discipline.htm 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Sobre figurinos de dança do ventre

Estava aqui pensando em como um figurino pode dar um UP na sua apresentação ou estragar tudo. Por mais que uma bailarina dance bem, se está com um figurino inadequado, sujo ou mal feito, prejudica e muito a apresentação. O figurino faz parte da dança, inclusive é avaliado em competições. O modelo mais comum de figurino de dança do ventre é composto por saia, cinturão e top.

Eu particularmente não gosto de figurinos muito pelados (isso é uma opinião pessoal tá, não é regra), que chamem atenção para partes do corpo como seios ou bumbum, não gosto de saias com fendas grandes demais, teve uma época que era moda umas saias com umas aberturas redondas na altura do culote que na minha opinião mostravam demais! Podem me chamar de conservadora, mas gosto que apreciem minha dança, não os pedaços do meu corpo que estão expostos. A dança por si só é sensual, e é muito fácil descambar para o vulgar e um figurino inadequado pode queimar o filme.

Quem se propõe a se apresentar já sabe que gastará no mínimo uns 400 reais em um bom figurino. É fato que dança do ventre é uma arte cara, porque além do figurino existem os acessórios: bijuterias (brincos, pulseiras, anéis), véus de seda (custam em torno de 150 reais), espadas (em média 300 reais), etc. Algumas bailarinas fazem seu figurino e assim dá para ‘baratear’, mas dá trabalho fazer um figurino lindo, então se você não souber costurar, não tiver bom gosto, não tiver paciência, nem tempo, é melhor contratar um bom figurinista para fazer sua roupa, mesmo que para isso tenha que pagar um pouco mais. Para as que tem alguma noção de como manejar uma agulha, que não é o meu caso, tem este texto aqui que achei bem bacana e dá dicas de como fazer um belo figurino: confeccionando sua própria roupa

E como saber o que é um bom figurino? Eu sempre falo que ele não pode JAMAIS lembrar uma fantasia de carnaval. As pessoas devem visualizar deusas no palco, não um monte de odaliscas de carnaval. Então deve-se ter muito cuidado na escolha do material que será usado, lembrando também que é importante escolher materiais de qualidade, e isso não significa comprar diamantes ou cristais swaróvski, hoje em dia o mercado disponibiliza pedras, canutilhos, miçangas, castanhas, que dão um efeito maravilhoso por um preço super em conta. Ponho aqui alguns exemplos de figurinos com cara de fantasia de carnaval:


Para contrapor ponho aqui fotos de figurinos CHIQUES, bem elaborados e lindos:


Além de um figurino bem feito é importante se atentar a alguns pontos:

  • Figurino deve estar bem ajustado, não pode estar largo, com cinturão sambando ou pior, desprender na hora da dança, por isso que é importante alfinetar o cinturão na saia.
  • Cuidado com saias transparentes. Imagina você toda linda dançando e todos lá vendo a cor e o formato da sua calcinha.
  •  Cuidado com saia pula brejo, uma boa medida para saias tradicionais: devem ir até o dorso do pé (parte de cima).
  • Figurino deve estar limpo, nada pior que uma saia com a barra suja.
  • Estar atenta se o figurino está condizente com o estilo de dança que será dançada (se é um baladi, saidi, khaleege, melea, moderna, etc). 
  • Escolha da cor é importante, algumas cores se destacam mais em fundo de palco preto, tais como: pink, azul royal, amarelo, etc.
  • Exclusividade: fique atenta se não existirá um figurino igual ao seu. Mesmo que queira algum modelo inspirado em um figurino já existente, tente mudar algumas coisas, acrescentar franjas, mudar o modelo do top, etc.
  •  Lembrar que SOMENTE ter um figurino maravilhoso não te tornará uma ótima bailarina, ele é complemento da sua dança, então nada adianta gastar 1.000 reais em um figurino luxuoso, e não dançar direito. 

domingo, 21 de junho de 2015

Competição de dança do ventre: percepções de uma primeira vez


São 22h13 e estou aqui sentada em frente ao computador, de pijama, refletindo sobre este domingo que foi ao mesmo tempo cansativo e de muitas conquistas e superações. Hoje aconteceu o Festival Encanto dos Véus aqui em São Carlos, que é um evento grande de dança do ventre que começa às 8h da manhã e termina às 8h da noite. Para os amantes de dança do ventre, como eu, é um dia maravilhoso com diversas apresentações, que são divididas em mostras e competições.

Eu nunca havia participado de um concurso até então, nem mesmo como solista. E este ano resolvi que estava na hora de inscrever o meu grupo para a competição de grupo amador. E por que decidi isso? Porque para crescer é necessário sair da zona de conforto, e se propor a competir é evoluir e se superar, tanto para as alunas como para a professora. As condições para poder competir neste evento é que as bailarinas utilizem o véu de seda e um elemento surpresa. Perguntei para minhas alunas do intermediário, que até então nunca haviam manejado um véu na vida, se elas topariam o desafio. E elas toparam! Entramos todas juntas no nosso bote e nos jogamos ao mar!

Foram meses estudando manejo e movimentos de véus, decorando a coreografia, aprendendo giros, aprimorando as técnicas de quadril, braços, etc. E todas elas ali empenhadas e se superando dia a dia, alguns dias eram bons, os passos fluíam, outros dias eram mais difíceis, em que ouvia “Mas esse movimento nunca vai sair!” ou “Odeio esse véu!”.

Foram meses de preparativos, de escolha e definição de figurino, de ensaios cansativos, de união, cooperação, dedicação e superação. Porque um trabalho em grupo é muito mais elaborado que um trabalho solo, porque não basta uma pessoa dançando bem no grupo, e sim que todas estejam dançando bem e sincronizadas. Para a coreografia ficar bonita, deve-se trocar o ‘eu’ por ‘nós’. Essa é a beleza de um trabalho em grupo, abandonar o próprio ego para pensar em algo maior.

E o dia chegou e foi hoje. E lá fomos nós com aquele misto de ansiedade, alegria, exaltação, medo, um turbilhão de emoções! Eu nunca havia ficado tão nervosa em toda minha vida, costumo ficar um pouco ansiosa antes das minhas apresentações, mas ao me sentir responsável por um grupo e desejar que desse tudo certo para elas, me causou um frio enorme na barriga. Porque queria que tudo corresse bem, por elas, não por mim, pois vi todo o esforço e evolução de cada uma delas, e acredito que as mães sintam isso por seus filhos.

E por fim, elas entraram no palco e arrasaram, se superaram e fizeram tudo que haviam se proposto a fazer. Fizeram uma apresentação com quase nenhum erro, estavam totalmente sincronizadas e felizes. E lógico que quando você se inscreve em uma competição, seja ela qual for, você deseja vencer. Tínhamos consciência que a categoria amador dentro de uma competição é muito ampla, e terão bailarinas de diversos níveis, desde iniciantes até as bailarinas avançadas. E por isso que digo que entramos no mar com o nosso bote, mas não deixamos as ondas nos afundar, porque apesar de ser a primeira vez das minhas alunas em uma competição, elas fizeram uma apresentação linda, dentro das possibilidades de uma turma de intermediário. Talvez se a competição fosse dividida por níveis de dança a gente tivesse ganhado, não sei...Mas sei que assisti apresentações lindas, com bailarinas competentes, de níveis mais avançados, e mais experiência em competições.

Lógico que nem tudo são flores, e nem sempre o resultado final de uma competição agrada a todos, porque a banca é formada por seres humanos com histórias, experiências e gostos diversos, então pode ser que o que seja considerado certo e bonito por uma pessoa, não seja considerado tão certo e bonito assim por outra. É uma avaliação muito pessoal, concordo que técnica é técnica e isso não tem como errar na hora da avaliação, porque a banca sempre é composta por profissionais extremamente competentes, mas não só a técnica é avaliada e sim um conjunto de itens.

As vezes acontecem injustiças, as vezes pessoas agem na má fé e se inscrevem como grupo amador sendo que são bailarinos experientes e muitas vezes já dão até aula de dança, mas as vezes isso tudo passa batido...Mas penso aqui que uma categoria amador é bem ampla mesmo e talvez para minimizar este tipo de coisa, fosse necessário uma maior divisão das categorias, algo como: categoria amador júnior (para iniciantes), categoria amador pleno (para intermediários), amador master (alunos avançados) e categoria grupo profissional/professores. Se bem que isso também daria pano pra manga para outro tipo de discussão, será que a minha turma de intermediário é do mesmo nível de uma turma de intermediários de uma outra escola? São diversas questões...Nunca participei de uma competição, muito menos organizei uma competição, então nem imagino o quão seja difícil organizar e definir tudo isso.

Mas no fim, sai com uma sensação boa desta experiência. Vi minhas alunas brilhando ali naquele palco e para mim, foi como se elas tivessem tirado o primeiro lugar. Estou aqui cansada, mas me sentindo realizada, agradecida e cheia de orgulho. A banca forneceu um feedback altamente construtivo e isso nos dará ferramentas para que possamos evoluir mais e mais.

E parabéns a todas as alunas e bailarinas que se propuseram a este desafio!Vocês são vencedoras, não importa sua colocação.

E que venham as próximas! 

"O mais importante não é competir, é vencer [...] vencer a ganância de só querer ganhar. Mesmo porque a arte de vencer aprende-se com a derrota" (Ary Souza - Ser Namastê)

sábado, 13 de junho de 2015

O que é arte?


Qualquer coisa pode ser classificada como arte? Ou não?

Procurei na internet a definição de arte e um dos conceitos encontrados foi “A arte é uma experiência humana de conhecimento estético que transmite e expressa ideias e emoções”, e fiquei pensando o que seria conhecimento estético, e concluí que 'conhecimento estético' é o que compreendo por beleza...Só que cada um tem uma concepção de beleza, posso considerar algo feio, pela minha experiência pessoal e cultural, que é considerado bonito por outra pessoa com outro tipo de experiência. Vejo algumas manifestações artísticas por aí que não fazem meu coração vibrar, as vezes até mesmo me causam horror e não considero como arte, mas é uma opinião pessoal e talvez isso, que não tenha feito meu coração vibrar, faça o coração de outra pessoa vibrar...E fico aqui pensativa se existe uma regra para definir algo como arte ou a arte é livre?

E deixo aqui uma pergunta, o que é arte pra você? O que faz seu coração vibrar?

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Cópia x Estilo Próprio


Estou a tempos querendo escrever um novo texto para o blog, mas a vida está uma correria.

Tenho estudado muitas bailarinas e assistido muitos vídeos de dança e tive vontade de escrever sobre as cópias na dança do ventre. Atualmente existem vários estilos de dança do ventre: o egípcio, libanês, americano, turco, argentino, do leste europeu. As russas e ucranianas estão na moda, como a Dariya Mitskevich e a Aida Bogomolova. Eu gosto bastante do estilo delas, tem muito movimento de cabeça ‘bate-cabelo’ (herdado do Khaleege iraquiano), giros elaboradíssimos, cambrés maravilhosos. E sempre que aparecem bailarinas assim, com estilos únicos, sempre há um boom de bailarinas-cópias. Lembro que logo que comecei a fazer aulas de dança do ventre, a Dina era referência, e diversas bailarinas dançavam exatamente como a Dina, imitavam cada movimento no detalhe: as travadinhas de quadril, as andadas a ‘la bêbada’, os mega redondões, as enrugadas de testa. Até mesmo os figurinos eram iguais. Depois veio a Saida (argentina) e apareceram um monte de clones-Saida e assim por diante. 

Concordo que copiar bailarinas como estas que eu citei não é uma coisa simples, inclusive é um desafio dos bem difíceis. O fato é que hoje em dia nada é totalmente original, toda dança é construída sobre algo que já existia e acredito que para crescer e criar um estilo próprio, é necessário cercar-se de boas bailarinas e estudá-las profundamente. A construção do estilo de dança é uma coisa muito pessoal, porque tem os passos de dança do ventre que se encaixam melhor no seu corpo e com sua personalidade. 

É imprescindível para a evolução de nossa dança, estudar e nos inspirar nas grandes bailarinas, porém não as copiar. Porque copiar para mim seria uma espécie de plágio. Se bem que a cópia nunca sai igual ao original, por mais que os movimentos, trejeitos e expressões sejam replicados. Dina sempre será Dina, Dariya sempre será Dariya e por mais que eu as copie, nunca serei igual. Inclusive a cópia pode até mesmo ser entendida como uma paródia, que nada mais seria que uma versão distorcida do original.

O desenvolvimento da criatividade faz parte do crescimento da bailarina e o desafio está em pegar algo que está pronto e transformar em algo que seja único, ou seja, que tenha a sua cara, seja você. Lembrando que isso não significa inventar algo novo (porque a técnica já existe e é imutável), porém utilizar o que já existe e colocar a sua personalidade. 

sexta-feira, 20 de março de 2015

O certo e o errado na dança do ventre

Ultimamente tenho visto discussões acaloradas entre bailarinas e profissionais da dança do ventre, algumas condenando a inserção do ballet clássico na dança do ventre, outras dizendo que o acessório x ou y está sendo utilizado de forma errada, outras reclamando que não existe mais dança do ventre raiz. Hoje em dia temos de tudo no universo da dança do ventre, existem as fusões, a utilização de diversos acessórios que nem sempre foram utilizados na dança do ventre desde véus até leques com penas, o ballet já está na dança do ventre faz tempo, não tem mais como dançar sem a realização de pelo menos um girinho ou um arabesque, e por mais que você seja contra, uma vez na vida você dançará com uma música não árabe.

E fiquei aqui me questionando, o que seria o certo e o errado da dança do ventre. Li a uns tempos atrás um texto excelente do Amir Thaleb onde ele explica o estilo argentino (texto completo aqui: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10153115721167188&set=a.46129862187.55836.589402187&type=1&fref=nf&pnref=story) e ele fala que toda a forma que cruza as fronteiras de sua origem, inevitavelmente, passa por mudanças. E que este é um processo normal, por exemplo, quando você come em um restaurante mexicano em qualquer lugar do mundo não terá o mesmo gosto do que em um restaurante no México, mais ortodoxo e tradicionalista, porém existem pessoas que gostam dessa transformação porque talvez o sabor nativo (original) seja estranho ao seu paladar.

É fato que a dança se transformou, recebeu influência de outras danças, desde o jazz até dança moderna, para torná-la mais atraente ao público leigo, véus de todos os tipos foram introduzidos, o véu wings por exemplo, é uma invenção atual (https://bellydancenajla.wordpress.com/2011/05/23/belly-dance-prop-tacular-isis-wings/).

Há tantos estilos diferentes em diferentes partes do mundo: o estilo egípcio, libanês, iraquiano, grego, turco, argentino, russo, americano, etc. E qual deles é o certo? Hoje não conseguimos dizer qual é o estilo certo, acredito que a bailarina vai construindo o seu estilo, estudando diversas bailarinas, tendo aula com diferentes profissionais para finalmente encontrar o seu estilo: uma mistura de vários estilos dos quais se identifica e que combinam com sua personalidade.

Mesmo o folclore que possui regras mais rígidas (ritmo próprio, figurino característico, passos tradicionais), e que mudou pouco com o passar do tempo, sofreu influências, por exemplo, nas releituras do Mahmoud Reda. 

Não existe mais a dança do ventre raiz, o que vejo hoje são bailarinas que tentam fazer uma dança mais clean (como era antigamente) preservando os passos tradicionais da dança do ventre, tais como oitos, básicos egípcios e ondulações e resgatam bailarinas tradicionais como Samia Gamal, Naima Akef, Taheya Carioca, etc. Eu mesma falava por aí que eu era uma bailarina conservadora por gostar mais do estilo ‘raiz’, mas depois conclui que estava sendo contraditória, pois minha bailarina favorita atualmente é a ucraniana Dariya Mitskevich, que tem toda uma técnica própria, com muita inserção de ballet e dança de salão.

Temos que ficar atentas antes de criticarmos uma outra bailarina, temos que tomar cuidado ao dizer que a Fulana está dançando errado, ainda mais se ela estiver dançando uma música moderna ou utilizando acessórios modernos. Concordo que ainda existem regras, e ainda bem que existem, senão a dança do ventre perderia toda a sua essência, espera-se que uma bailarina que tenha estudado bastante, quando for dançar bastão utilize o ritmo saidi ou quando for dançar um khaleege utilize o ritmo soudi. Um oito sempre será um oito, um básico egípcio sempre será um básico egípcio, não tem o que inventar, são imutáveis.

E temos que tomar cuidado para não descaracterizarmos a dança do ventre, pois dado que hoje temos essa gama de inserções de outras danças, ritmos e acessórios, é muito fácil nos perdermos no meio disso tudo. Vejo danças com muito malabarismo, muita utilização de acessórios e quase nenhuma dança do ventre.  

Por isso que temos que estudar sempre, pesquisar muito, tentar diferenciar o que é tradicional e o que não é, buscarmos as origens. É normal se sentir confusa, nem sempre é claro o que é tradicional ou não, e que bom que isso acontece, pois significa que estamos assimilando e questionando e aí está o verdadeiro aprendizado.  Não sou contra as inovações, sou a favor de fazer a inovação com consciência que é uma inovação, e sempre deixar claro isso para o seu público e para suas alunas.  


quinta-feira, 12 de março de 2015

Dança do ventre na TV


Hoje pela manhã, a maravilhosa bailarina Ju Marconato teve uma participação no programa Encontro com Fátima Bernardes. Achei que ela representou muito bem a dança do ventre mesmo com curto tempo disponibilizado, fez duas apresentações rápidas e só teve tempo de falar superficialmente sobre a dança, mas dado que o programa da Fátima Bernardes é um programa de auditório, os temas em geral são tratados de forma superficial, até mesmo pela quantidade de temas a serem apresentados e a curta duração do programa. Apesar de sua participação ter sido rápida, achei que ela conseguiu dar um overview legal da dança, pois além de ter dançado muito bem (como sempre), estava com um figurino deslumbrante e conseguiu falar um pouco sobre a dança (benefícios e origem).

A minha colega de longa data, a bailarina Luciana Arruda, que é uma profunda conhecedora da arte e com a qual já tive debates muito enriquecedores sobre a dança do ventre, lançou uma discussão muito interessante no grupo dela de debates no facebook, sobre se as bailarinas devem aceitar ou não participar desse tipo de programa, pois há uma grande chance de que o programa distorça a arte e a mostre de um jeito que não queremos. Isso pode acontecer mesmo quando a bailarina possui muito conhecimento e tem a melhor das intenções, pois muitas vezes o programa é ao vivo e não há como saber como será a reação do público ou participantes do programa, corre-se o risco que os participantes façam piadas, que não seja dado tempo suficiente para a bailarina falar sobre a dança do ventre ou caso o programa não seja ao vivo, há o risco da edição de partes importantes da dança ou da explicação sobre a arte, levando a informação distorcida para o público.  Muitos pontos importantes foram colocados na discussão, e concluímos que apesar da dança ter sido tratada de modo superficial, a Ju conseguiu transmitir ao público (que deve ser em sua grande maioria mulheres) a beleza e os benefícios da dança. Então mesmo que o tempo tenha sido curto, e tenham ocorrido brincadeiras por parte de alguns dos participantes, tenho certeza que ela conseguiu ‘vender’ bem nossa arte. Acredito que o programa deve ter despertado a vontade de fazer dança do ventre em muitas mulheres.

Concordo que sempre há riscos em participar de programas assim, mas muito melhor que uma bailarina renomada nos represente na telinha da TV, do que uma pessoa com pouco conhecimento, com figurino inadequado e técnica fraca.

Já vi nossa dança muito mal representada na televisão, e acredito que deveríamos ter mais espaço e oportunidade de mostrar toda a beleza e riqueza da dança do ventre. Hoje tive a certeza que esse espaço está sendo conquistado e graças à bailarinas como a Ju, cada vez mais nossa arte será admirada e respeitada.

Para quem quiser assistir a participação da Ju no programa da Fátima Bernarded, o link está aqui: http://globotv.globo.com/t/programa/v/ju-marconato-professora-de-danca-do-ventre-se-apresenta-com-um-candelabro-na-cabeca/4029452/

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Dançar faz bem pra alma


Estava aqui pensando em como a dança me salvou muitas vezes, já contei aqui no blog que comecei a fazer dança do ventre quando me mudei pra São Paulo e estava me sentindo triste e solitária. E a dança mudou minha vida, em diversos sentidos: me aceitei mais, parei de me cobrar tanto, de querer ser perfeita, passei a me gostar mais, me senti mais bonita, mais confiante, ganhei muitas amigas, pessoas lindas e algumas delas estão na minha vida até hoje, e além disso tudo tive a oportunidade de me tornar professora de dança do ventre e poder dividir meus conhecimentos com outras pessoas. 

Atualmente, passei por um momento bem triste na minha vida, estava tudo correndo bem quando aconteceu algo que eu não estava esperando, mas a vida não é assim mesmo? Nos prega peças, nos derruba, nos testa, o tempo todo. Fiquei desolada, e por um momento fiquei paralisada de medo, de tristeza e sem esperança. Os primeiros dias foram assim, mas o importante é ter força para sair da cama, e ir fazendo tudo bem devagarinho, um dia depois do outro, com a consciência que a dor irá passar. E sabe o que me ajudou? A dança! Nesses dias tristes que passei, a única coisa que me deu força e me ajudou a esquecer (mesmo que temporariamente) foi a dança. Preparar minhas aulas, criar coreografias, treinar, estudar, ir na aula de flamenco, tudo isso está me ajudando a seguir em frente.  

Como é bom ter algo ou alguém na nossa vida que nos transforma em pessoas melhores e dá sentido para nossa vida. Muitas vezes a dança tem efeito terapêutico, pois melhora nossa qualidade de vida, faz bem para nossa saúde e para nossa autoestima, e até mesmo muda nossa vida. Vejo isso nas minhas alunas, muitas delas, quando chegam, estão inseguras, ansiosas, tímidas,  desconfiadas, com medo, com vergonha de si mesmas e se cobram demais. Muitas delas se olham no espelho e se criticam: “Olha esse braço que feio”, “Detesto meu quadril grande”, “Ah como eu tô gorda”, e com o passar do tempo, depois de 4 ou 5 aulas, elas vem pra aula maquiadas, com brincos, pulseiras, compram um lencinho de quadril, perguntam onde compro meus macacões pois querem um, a mudança é nítida. É como se fosse mágica, aquelas mulheres que por algum motivo se convenceram que estavam fora dos ‘padrões’, se sentiam feias e inseguras, lá estão elas lindas, se admirando no espelho, e se gostando do jeito que são. Nessas horas tenho vontade de chorar de emoção. Por isso que amo a dança do ventre, ela é para todas. 

A dança faz bem pra nossa alma.





terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Abusos no mercado de dança do ventre

Hoje estava refletindo sobre algumas coisas que já vi no mercado de dança do ventre e resolvi escrever a respeito.

Vivemos em um país democrático e capitalista. Isso significa que você pode vender seu produto pelo preço que você quiser. Se você tiver um bom produto ou produto diferenciado, se você for o único que vende um tipo de produto ou serviço ou você souber fazer propaganda do seu produto talvez você consiga vendê-lo por um preço acima da média do mercado.

Eu paguei um preço justo pelas minhas aulas, pois fiz na melhor escola de dança do ventre da cidade de São Paulo (e vocês devem estar se perguntando: “mas o que é ser a melhor escola para você?”, considerava a melhor escola porque na minha opinião era tradicional e pioneira, possuía os melhores profissionais, os mais renomados, salas de aulas excelentes, etc, e isso é uma opinião pessoal). O preço estava um pouco acima da média das demais escolas? Estava, mas a escola possuía valor agregado para mim.

O que é valor agregado? É tudo que você recebe junto com o produto comprado, por exemplo, quando você compra um creme da Victoria’s Secret, não é apenas um creme que você compra, e sim o que está associado ao creme, isto é, o cheiro único que ele possui, o modo que deixa sua pele macia, a sensação de glamour, de beleza, etc. Por definição do site marketingfuturo.com: “Valor Agregado é expressão originária de finanças, do processo de Avaliação de Valor Agregado (do inglês, EVA), que mede performance. Em sua forma abrangente, designa a percepção que um stakeholder tem do serviço ou produto que lhe é apresentado. É sempre uma percepção comparativa, tendo como base o preço do bem versus os atributos (funcionais ou não) percebidos. A noção de valor agregado traz a ideia de superação de expectativa em relação aos benefícios funcionais do bem”. Portanto é o modo que o cliente percebe um produto, se ele percebe o produto/serviço como a ‘última coca-cola do deserto’ ele pagará o preço que for para a obtenção deste produto. Lógico que isso não se aplica a todo tipo de consumidor, tem o consumidor que prefere pagar menos, na verdade é o consumidor que analisa o Custo-benefício, isto é, será que ele pode ter um serviço ou produto com uma qualidade boa, porém que não seja tão caro?

O mercado da dança do ventre tem diversos públicos, tem as consumidoras que pagam por qualquer coisa, as vezes acontece a síndrome da aluna nova (eu tive essa síndrome, rsrsrsrs), que fica tão deslumbrada com o universo da dança do ventre que compra diversos lenços de quadril, figurino caríssimo de dança de ventre (sem nem saber dançar direito), cds mil, dvds, revistas, etc, tem as consumidoras mais ponderadas e tem inclusive as consumidoras que preferem pagar um preço abaixo da média de mercado, por um serviço não tão bom assim...Chega um momento na vida da aluna que ela começa investir em workshop, aula particular, etc, tudo isso para poder evoluir na dança, e isso é ótimo. O mercado está aí, a competição está aí e que bom que tem gosto para tudo. O problema eu vejo quando começam os abusos.

Acredito que cada escola é livre para criar as regras que quiser, inclusive, concordo, por exemplo, quando uma aluna se propõe a dançar no espetáculo de final de ano e começa a faltar dos ensaios, que ela receba advertência, e até mesmo se faltar muito, não seja autorizada a dançar. São regras, comprometimento e trabalho em equipe.

Porém, atitudes como retardar o ensino para que a aluna fique mais tempo na escola ou ensinar tudo no modo fast-belly dance ("Aprenda tudo de dança do ventre em 1 mês") para atrair alunas, proibir a aluna de fazer aula com outra professora (muitas vezes falando mal da outra profissional), não permitir que a aluna faça workshops ou cursos oferecidos por outras escolas, não ensinar de modo correto (omitir informações, por exemplo), não incentivar a criatividade (de modo que a aluna consiga construir uma coreografia sozinha, por exemplo), forçar aluna comprar produtos da escola, obrigar a participar de espetáculo de final de ano, lotar a sala de aula  (visando o lucro, porém em salas de aula muito lotadas a professora tem mais dificuldade de observar no detalhe cada aluna), etc, além de serem atitudes de má fé, são práticas que visam o lucro a curto prazo. O que significa isso? Você pode até segurar uma aluna por um tempo, porém quando ela perceber que está sendo enganada, nunca mais voltará, e pior, queimará o seu filme e o filme da sua escola.


Algumas pessoas vivem somente da dança e sei que têm que tirar seu ganha pão todo o mês. E acho legal usar da criatividade, da qualidade e do valor agregado para atrair clientela. Se você vende um bom produto/serviço pode ter certeza que você sempre terá compradores e melhor, além de novos clientes, manterá os seus clientes antigos que por sua vez falarão bem do seu produto para futuros clientes. 

“Sabe quem é o melhor vendedor do mundo? O cliente satisfeito, ele vende sua empresa, marca, produto e não cobra comissão”- Roger Stankewski

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A paixão pela dança


Ontem foi meu aniversário e dessa vez não quis fazer grandes comemorações, fui almoçar com minha família e depois fui com meu namorado ao Sesc assistir a excelente banda Fábrica Latina que toca salsa. Chegamos uma meia hora antes e estava tendo uma aula aberta de salsa ministrada pelo grupo de dança de salão Embalanço de Araraquara, e eu como amo qualquer tipo de dança não me aguentei e fui fazer a aula que foi muito boa por sinal. E tinha gente de todo tipo, gente de shorts, de chinelo, de calça comprida. Tinha um senhor idoso gracinha que chegou de bengala, uma senhora de cabelo bem branquinho tão linda com um vestido florido e uma sapatilha verde, tinha um rapaz que já vi outras vezes no Sesc que tem um jeito todo próprio de dançar, e haviam crianças risonhas, adolescentes charmosas, bailarinos de verdade, pessoas de várias profissões e idade.

E fiquei observando o rosto de cada uma daquelas pessoas, os sorrisos, os olhos fechados enquanto requebravam seus quadris ao som da deliciosa melodia latina. Todos ali em paz, sentindo a música. Puderam esquecer, pelo menos naquele instante, dos seus problemas pessoais, suas angústias, seus medos, seus rancores, suas dores.

E o que aquelas pessoas tão diferentes tinham em comum? A paixão pela dança. E era tão lindo ver a professora de dança dançando com o senhorzinho de bengala e a senhora de vestido florido dançando com o rapaz de camisa bege, cada um dançando de um jeito, uns dançando em par, outros girando pela pista sozinhos.

Fiquei tão feliz por perceber que a dança acalenta as pessoas e as une. E naquele momento tive a certeza que também sou uma apaixonada pela dança. 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Reflexões sobre as aulas de dança do ventre.

E mais um ano se inicia, e tenho certeza que todas nós esperamos muitas coisas desse novo ano. E são muitos desejos: ter um filho, mudar de emprego, receber um aumento, fazer aquela tão sonhada viagem, ter mais saúde, encontrar um amor, se curar de uma doença, parar de fumar, emagrecer, fazer uma plástica, se matricular em um curso novo, aprender a dançar, etc.

Ontem foi minha primeira aula do ano, e pedi para minhas alunas darem as mãos, se olharem e imaginar que todas elas têm desejos, frustrações, momentos de raiva, de alegria, de bondade, já sofreram, já amaram e odiaram, já foram amadas e odiadas, já choraram, já riram muito. O ser humano é assim, contraditório. E pedi que elas esquecessem um pouco de si mesmas e pensassem nas suas colegas, porque na aula de dança focamos o tempo todo em nós, queremos melhorar os movimentos, evoluir, aprender mais, queremos nos destacar. Temos um espelho a nossa frente que nos mostra o que temos de bom e o que temos de ruim. E nas muitas vezes em que pensamos na nossa colega de aula, é com impaciência porque ela não consegue aprender um passo, ou com inveja por ela ter facilidade na realização dos movimentos, e quase nunca nos colocamos no lugar dela, imaginando que ela poderia ser você.  Falei para as meninas que é importante sim, essa busca da excelência e realização pessoal, mas também é importante lembrar que quando colocamos o pé na sala de aula somos um grupo, uma equipe e quando formos nos apresentar não adianta apenas uma aluna estar linda, executando os movimentos com perfeição se não está acompanhando o grupo. Então pedi que elas fossem mais tolerantes umas com as outras, inclusive consigo mesmas. Porque temos uma tendência a nos colocar para baixo, só enxergamos nossos defeitos e esquecemos de nos parabenizar pela coragem de aprender uma coisa nova, por cada passo aprendido, por cada melhoria conquistada.

E quando começamos uma coisa nova, sentimos ansiedade, as vezes sentimos tanto medo que preferimos nem começar, e me lembrei de como foi minha primeira aula, decidi fazer dança do ventre quando me mudei pra São Paulo e estava me sentindo triste e solitária, longe da minha família. E lembro que me matriculei no Khan El Khalili que era perto da minha casa (na época nem imaginava que era a melhor escola de dança do ventre de São Paulo), e lá fui eu toda nervosa para primeira aula. Entrei em uma turma que já havia começado e as meninas já estavam executando alguns movimentos com facilidade, e eu os achei deveras complicados. Fiquei boiando em vários momentos, e pra piorar no final da aula a professora botou uma música, todas ficaram em círculo e cada uma deveria ir para o meio do círculo e fazer uma dança, eu quase morri de tanta vergonha, não sabia fazer quase nada. Voltei pra casa e chorei. Mas como boa capricorniana que sou e não sou de desistir fácil, voltei para a segunda aula e assim fui. E quando tinha dificuldade em algum passo, treinava em casa. 

As vezes minhas alunas, ao se depararem com algum passo complicado, falam: “Não consigo!”, e fico brava, falo que é proibido falar “Não Consigo” na minha aula, sabe por que? Porque o cérebro é muito poderoso e quando você fala ou pensa “Não Consigo” o cérebro manda essa mensagem para o seu corpo e aí o movimento não sai mesmo. É importante trocar o “Não Consigo” pelo “Vou conseguir um dia”, porque pode ser que na hora esteja difícil, suas colegas já pegaram o passo, menos você, não se compare, vá no seu tempo, falo isso por experiência própria.

Além de não se cobrar tanto, ponho aqui algumas dicas de aula para todas as alunas (as que irão começar e as que já estão na dança do ventre):
  • É normal ficar ansiosa na primeira aula, pois não sabemos com o que iremos nos deparar. Saimos da nossa zona de conforto, é um mundo novo. Lembre-se que não só você está ansiosa, suas colegas também estão.
  •  É normal sentir vergonha. Temos uma tendência a achar que todo mundo está olhando pra gente, que todos estão vendo nossos passos, nossos erros, nossa descoordenação. Isso não acontece, a única pessoa que estará olhando para você durante a aula será a professora, as outras alunas estarão concentradas nos próprios passos e estarão pensando a mesma coisa que você “Será que todo mundo está me olhando?
  •  Para as alunas que já estão algum tempo na dança, não corrijam suas colegas, as vezes é com a melhor das intenções, mas isto muitas vezes pode constranger sua colega e até mesmo a professora, que pode sentir que não está cumprindo seu papel. Deixe que a professora corrija. Caso perceba que a professora deixou passar algo, avise a professora em particular.
  •  Respeite suas colegas. Lembre-se que cada uma tem seu tempo de aprendizado.
  • Respeite sua professora. Confie na experiência dela. Se você não confia no trabalho dela é melhor buscar outra profissional, ao invés de ficar criticando a aula ou pedindo que ela dê o passo x ou passo y. A professora tem um plano de ensino e cada coisa será ensinada no devido momento, não tente pular etapas, para algumas alunas que têm mais facilidade, as aulas iniciais podem ser bem enfadonhas, tenha paciência ou mude para uma turma mais avançada. Caso queira que a professora se aprofunde mais em algum tema ou passo marque uma conversa em particular com ela.
  • Seja leve. É importante a busca da evolução, do aprendizado, mas é importante levar a aula de um modo mais leve, gostoso e divertido.  É um momento seu, um momento longe dos problemas de casa ou do trabalho. Não leve tudo a ferro e fogo.
 E lembre-se que sua professora está lá para te ajudar e para tirar o seu melhor, e quando tiver qualquer dúvida, conflito, ansiedade, desabafo marque uma conversa com ela. Sou a favor da comunicação, tudo se resolve com muita conversa. E que venha 2015!Com muito sucesso, superação e evolução na dança!