Precisamos de motivação para tudo na
vida, para estudar, trabalhar, ir à academia, precisamos de um motivo para sair
da cama todas as manhãs. Pode ser que a motivação seja o salário que cai na
conta todo mês ou a realização pessoal, são muitos fatores que nos impulsionam.
O problema está quando bate aquele
desânimo e as coisas que faziam nossos olhinhos brilharem não fazem mais
sentido. É aquele momento que paramos para refletir se estamos no caminho
certo, se o que estamos fazendo faz sentido e nos faz feliz. Eu já senti isso
em diversas fases da minha vida, quando escolhi meu curso de graduação, quando
fui para o mercado de trabalho, quando virei professora de dança.
No ano passado tive uma espécie de
esgotamento em relação à dança. O ano que passou foi pesado, cansativo, me
decepcionei com o universo da dança. Depois da apresentação do espetáculo do
fim de ano, precisei me afastar. Nunca imaginei que isso, um dia fosse
acontecer, justamente comigo que sou uma apaixonada. E fiquei me
perguntando o porquê dessa sensação ruim e desmotivação. Esse tem
sido um dos temas de conversas com minha mestra Dani
Nur. E ontem ela me deu uma luz! Ela dedicou 2 horas do seu tempo para me
trazer de volta para a dança. Ela fez uma série de perguntas e me fez colocar
tudo no papel para poder entender o que está me desmotivando.
E com o exercício de reflexão que ela
me passou, concluí que estou assim de bode com a dança por diversos motivos:
- me cobro muito (exijo muito de mim).
- me comparo com outros (ao invés de me
comparar comigo mesma).
- as comparações, competições e
intrigas no meio da dança me fazem muito mal.
- muitas vezes me sinto paralisada e
incapaz.
- falsidade e puxa-saquismo de muitas
pessoas para se ‘destacarem’ no meio (e se destacam).
- sensação de que mesmo fazendo cursos,
me especializando, nunca evoluo.
Depois de listar esses motivos de
insatisfação, a Dani pediu para que eu pensasse que se fosse a única bailarina
do mundo e não tivesse ninguém para me comparar qual seria o meu brilho? Foi um
exercício que me tocou muito e me fez lembrar de todos os motivos que fizeram
me apaixonar pela dança.
“Por que danço? O que é a dança para
mim?”
E ela pediu para botar para fora esses
sentimentos, me disse: “Angelita, você escreve tão bem! Por que não divide
esses seus sentimentos em forma de texto? ”. E cá estou dividindo com vocês
tudo isso. Eu estava tão triste com a dança que nem tinha mais vontade de
atualizar meu blog. Essa conversa ontem com a Dani me
transformou.
Hoje pela manhã, antes de começar
escrever esse texto, procurei no google ‘Por que nos desmotivamos’ e encontrei
um texto muito bacana no site: https://casule.com/por-que-nos-desmotivamos/
E quero dividir com vocês os 3 pilares
da motivação, segundo o psicólogo social Bandura:
- auto conceito: que é
a forma que nos vemos, o valor que atribuímos a nós mesmos, o quanto nos
achamos bons para realizarmos uma atividade.
- crença de auto eficácia: é especifica à atividade em questão,
diz respeito ao quanto nos sentimos capazes de realizá-la.
- expectativas de resultado: os resultados a serem alcançados devem
ser estímulos fortes o suficiente para que a pessoa desenvolva a atividade.
Assim, a pessoa precisa se sentir boa na área, capaz de executar a tarefa e ter
ganhos significativos com a realização da atividade.
E todas essas definições foram de
encontro com o que a Dani me falou ontem. Muitas vezes nos sentimos incapazes
de realizar uma tarefa porque nos comparamos (ou nos comparam) com outras
pessoas e isso nos esgota e nos paralisa, mas quando entendemos isso, temos a
possibilidade de perceber a dança de um novo modo. O que me desmotiva
atualmente não é a dança e sim o entorno da dança. E ao tirar esse entorno,
consigo resgatar minha paixão pela dança. Amo fazer aula, amo dar aula e montar
coreografias, amo poder usar minha criatividade de modo tão intenso com a
dança. E é isso então.
A Dani me passou muitos outros
exercícios de reflexão e logo mais venho compartilhar com vocês.
Estou de volta, habibada! ;-)