Estava aqui pensando em como a dança me salvou muitas vezes, já contei aqui no blog que comecei a fazer dança do ventre quando me mudei pra São Paulo e estava me sentindo triste e solitária. E a dança mudou minha vida, em diversos sentidos: me aceitei mais, parei de me cobrar tanto, de querer ser perfeita, passei a me gostar mais, me senti mais bonita, mais confiante, ganhei muitas amigas, pessoas lindas e algumas delas estão na minha vida até hoje, e além disso tudo tive a oportunidade de me tornar professora de dança do ventre e poder dividir meus conhecimentos com outras pessoas.
Atualmente, passei por um
momento bem triste na minha vida, estava tudo correndo bem quando aconteceu
algo que eu não estava esperando, mas a vida não é assim mesmo? Nos prega peças,
nos derruba, nos testa, o tempo todo. Fiquei desolada, e por um momento fiquei
paralisada de medo, de tristeza e sem esperança. Os primeiros dias foram assim,
mas o importante é ter força para sair da cama, e ir fazendo tudo bem devagarinho,
um dia depois do outro, com a consciência que a dor irá passar. E sabe o que me
ajudou? A dança! Nesses dias tristes que passei, a única coisa que me deu força
e me ajudou a esquecer (mesmo que temporariamente) foi a dança. Preparar
minhas aulas, criar coreografias, treinar, estudar, ir na aula de flamenco,
tudo isso está me ajudando a seguir em frente.
Como é bom ter algo ou
alguém na nossa vida que nos transforma em pessoas melhores e dá sentido para
nossa vida. Muitas vezes a dança tem efeito terapêutico, pois melhora nossa
qualidade de vida, faz bem para nossa saúde e para nossa autoestima, e até
mesmo muda nossa vida. Vejo isso nas minhas alunas, muitas delas, quando chegam,
estão inseguras, ansiosas, tímidas, desconfiadas, com medo, com vergonha de si
mesmas e se cobram demais. Muitas delas se olham no espelho e se criticam: “Olha
esse braço que feio”, “Detesto meu quadril grande”, “Ah como eu tô gorda”, e
com o passar do tempo, depois de 4 ou 5 aulas, elas vem pra aula maquiadas, com brincos, pulseiras, compram um lencinho de quadril, perguntam onde compro
meus macacões pois querem um, a mudança é nítida. É como se fosse mágica, aquelas
mulheres que por algum motivo se convenceram que estavam fora dos ‘padrões’, se
sentiam feias e inseguras, lá estão elas lindas, se admirando no espelho, e se
gostando do jeito que são. Nessas horas tenho vontade de chorar de emoção. Por
isso que amo a dança do ventre, ela é para todas.
A dança faz bem pra nossa
alma.